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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

As Relações entre Capital e Trabalho : um enfoque comparativo entre a Economia Clássica e a Marxista

Autor: Poti Chimetta Havrenne

        As relações entre o capital e o trabalho já são há muito uma preocupação da maioria  dos economistas desde que a Economia começou a ser considerada um campo do conhecimento autônomo.Adam Smith o iniciador da moderna Economia já manifestou essa dúvida de modo incisivo.Ele que viveu em pleno início da Revolução Industrial, logo percebeu que algumas coisas haviam mudado e que as idéias tradicionais já não poderiam ser mais aplicadas. Considerando a época da Revolução Industrial, como os liberais clássicos, os tradicionalistas conservadores e os primeiros socialistas percebiam as relações e mútuas dependências entre o capital e o trabalho?

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        A época da Revolução Industrial é aceita como sendo o período compreendido entre 1750 e 1800, pela quase maioria dos autores de História Econômica.

        O primeiro autor a perceber a nova situação que ocorria foi Adam Smith no seu livro "A Riqueza das Nações" de 1776, em que se analisa pela primeira vez as relações entre capital e trabalho.Adam Smith parte de uma situação hoje raramente encontrada em que o mercado tem livre concorrência, com produtos homogêneos, com pleno conhecimento dos produtos e serviços ofertados tanto pelos produtores como pelos consumidores, e onde a regulação dos preços se faz de modo automático pela "mão invisível do mercado".O capital e o trabalho foram tratados por ele e pelos assim considerados clássicos como Ricardo, como produtos e assim sujeitos à lei de livre concorrência , sem nada que limitasse o valor do trabalho.

       Nessa situação ideal não existiria desemprego, nem pleno emprego pois caso existisse desemprego o preço da mão-de-obra baixaria e todos permaneceriam empregados.De mesma forma no pleno emprego, os preços dos salários  subiriam e todo o fator de produção trabalho seria aproveitado. 

         Os economistas clássicos também defendiam por esse motivo a ausência de interferência governamental de qualquer forma na economia e chegavam mesmo a utilizar argumentos religiosos para defender suas idéias, como a de que Deus premia os predestinados e que se alguém não ganhasse o suficiente era por desejo divino que não deveria ser contrariado por seres humanos.

          Além de Adam Smith também defenderam essas idéias economistas importantes como David Ricardo e  John Stuart Mill.

          Para os clássicos a riqueza não era a prata ou o ouro entesourada como entendiam os mercantilistas, nem é apenas a agricultura a fonte de todas as riquezas, mas a prosperidade de uma nação o é pelo trabalho humano e assim sendo mudanças que melhores as forças  produtivas estará aumentando  o enriquecimento de uma nação. Duas são as maneiras principais de aumentar o rendimento do trabalho: a divisão do trabalho e a mecanização.Alguns desses primeiros economistas, como Thomas Maltus criaram uma pretensa relação entre os produtos de consumo social que cresceriam em progressão aritmética enquanto que a população cresceria em proporção geométrica, sendo assim inevitável a pobreza e a extrema mortalidade que ocorria entre as classes trabalhadoras.Não casualmente Maltus era pastor anglicano.

       Os primeiros socialistas foram denominados por Marx e Engels de socialistas utópicos, porque acreditavam que apenas com a difusão de boas idéias e com a filantropia poderia se mudar a relação capital – trabalho, melhorando a vida dos trabalhadores.

         É necessário saber que as idéias marxistas surgiram em 1848 com o "Manifesto do Partido Comunista", época em que o capitalismo já se encontrava bem estabelecido nos países mais avançados da Europa (Inglaterra, Alemanha e França)  e na qual a situação social dos trabalhadores se encontrava terrivelmente deteriorada.Marx foi o primeiro a perceber a relação entre o capital e o trabalho, mostrando que o modo de produção variava conforme essa relação e que assim dependia de condições materiais ( a superestrutura) a partir da qual eram moldadas as condições sociais.

         Entre os capitalistas utópicos podem ser citados Robert Owen, que pretendia melhorar as condições dos trabalhadores através do estabelecimento do trabalho cooperativo e Saint Simon.

Fonte do Artigo no Artigonal.com: http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/as-relacoes-entre-capital-e-trabalho-um-enfoque-comparativo-entre-a-economia-classica-e-a-marxista-5947217.html

Perfil do Autor

Poti Chimetta Havrenne é médico psiquiatra e neurologista.É também graduado em Direito, Filosofia e Psicologia.Tem mestrado e doutorado em Medicina. Atualmente realiza Doutoramento em Direito.  

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